quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

"Qualquer merda que passe na globo faz sucesso"

Velhas palavras de meu velho pai: "Qualquer merda que passe na globo faz sucesso"

Me atormenta o início de cada ano quando a moda dos prazeres sem conteúdo toma um energético, ganha asas, entra em casa sem pedir licença e senta na poltrona do papai.

O carro chefe, como sempre, está na rede globo de televisão, um serviço ao desgaste cultural brasileiro tem nome fraternal: o grande irmão Brasil.

O Apocalipse previne que o capeta virá vestido de anjo para enganar os fiéis, não é exagero comparar as situações e imaginar que o povo chafurda no inferno das inutilidades culturais.

A diferença é que a emissora nem precisou ser muito inteligente pra encontrar o sucesso de um programa que existe há anos fora da televisão, qual o programa? Discutir a vida alheia.

De fato é comum notar em rodas de desocupados mal falação da vida alheia, por que não trazer isso para a TV? Gênio? Não sei, prefiro chamar de aproveitador, gênio seria se conseguisse boa audiência com um produto de qualidade.

De qualquer forma, otimista como sempre, posso ver pontos positivos nisso tudo, enquanto fala-se aos quatro ventos do fulano que jogou sicrano no paredão, ou de beltrano que comeu a Estrogilda (próxima estrela de novela das 8) debaixo do edredon, permitimos aos políticos corruptos mandarem uma boa no congresso, ou ao Zé Ninguém sair com a mulher do Talarico em paz.

Além de contribuir para a diminuição da taxa de desemprego, com a oferta de serviços de fofoca na tv brasileira. Criamos um novo ramo profissional, os comentaristas de “reality shows”.

Sem esquecer também dos que se dedicam a fazer uma palhaçada diferente, se expor ao ridículo pra participar do próximo programa e ficar rico sem precisar trabalhar. Pra que estudar? Pra que trabalhar? Às favas com o progresso do país.

Enquanto isso, segue o sucesso dos mc´s tigrões. Junto com televisão de má qualidade, música de quem não sabe fazer música..

Cultura dos excluídos? Onde está escrito que pra ser excluído precisa ser burro?

Já embalaram a voz do povo grandes músicos como Chico Buarque e Caetano Veloso, em uma época que a exclusão era mais considerável e fazia parte da lei, quando grandes pensadores eram chutados pra fora do Brasil por conta de meia dúzia de palavras.

E a televisão brasileira infestada de programas religiosos de pessoas que brincam com a fé do povo, jornais sensacionalistas de péssima qualidade, dramaturgia pobre e apelativa e ele... o bbb, a legalização moral e a válvula de escape daquele vizinho medíocre que passa a vida com a orelha em um copo colado a parede do vizinho.

3 comentários:

evaodocaminhao disse...

e ainda ver o talento do bial sendo desperdiçado

Nerso Muqueta disse...

"Vizinho que passa a vida com a orelha em um copo"?

Tá falando de quem, bem?

Do Van Gogh?

Anônimo disse...

Sabe como o pessoal chama jornalista chato e metido a besta ??? "Bial"