quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Rico Também é Gente, Gente!


No dia 7 de Setembro, às 17 horas:
Estenda na janela uma bandeira, uma toalha, um pano qualquer.
Bata panelas!
Toque cornetas!
Se você estiver no carro, buzine!
Promova desfiles, passeatas!

Essa convocação aí em cima saiu truncada. Eis a original. Sorry.



MOVIMENTO PATRIÓTICO PELA VOLTA DA ELITE BRANCA AO PODER.
(poder que ocupamos de 1500 a 2001, portanto nosso por direito a 501 anos)

No dia 7 de Setembro, às 17h, estenda na janela uma bandeira, uma toalha, um pano qualquer. Se você mora em apartamento e acima do quarto andar, atire-se pela janela em sinal de protesto gritando "Abaixo o governo corrupto do PT e seu presidente nordestino e analfabeto que está empobrecendo a classe média trabalhadora". A frase completa é só para quem mora acima do vigésimo andar. Andares mais baixos grite apenas "Fora Lula". Fale o mais rápidamente possível. É importante completar a frase.

Bata panelas! Caso não tenha panelas em casa bata em sua mãe ou em seu pai. Na falta de ambos, bata em sua mulher ou em seus filhos ou, em último caso, em seu cachorro. Gritando a frase completa acima.

Toque cornetas! Se não tiver corneta em casa, toque uma punheta para o porteiro do seu prédio ou para o seu mordomo ou para o seu segurança particular. Sempre gritando a frase completa acima.

Se você estiver no carro, buzine! Se não estiver no carro, invada um onibus, tire o pau do cobrador pra fora e pague uma touca. Grite a frase completa acima só depois que terminar. Falar com a boca cheia, além de feio é coisa de comunista.

Promova desfiles, passeatas! Caso não tenha tempo hábil para organizar o desfile ou a passeata, bote a sua bunda na janela com uma vela verde e amarela introduzida no fiofó e grite repetidamente a frase completa acima para a multidão que irá juntar na rua.

Todo esforço é válido e bem-vindo na luta pela liberdade de ser rico em paz e sem falsos pudores.


quarta-feira, 29 de agosto de 2007

A Justiça é cega


Tá tudo certinho, é isso aí. Tá achando o quê? Levou tiro de promotor e tá reclamando? Tem que ficar quietinho, não tem beca, então não chora, trata de trabalhar em dobro prá pagar o salário do assassino. Ele pode ser assassino, ele é promotor, ele pode matar, ferir e continuar recebendo o salário que você paga. Ele pode, voce não. Voce é um cidadaão de segunda classe, não é promotor, nem juiz, nem deputado. Se você fosse, aí sim, poderia matar, roubar, prostituir, traficar, etc. E tem mais, se continuar reclamando, o processo vira contra você, assassinado vira assassino e assassino vira vítima e ainda recebe indenização, e quem paga? Você. Quem mandou não ter beca. Héin???


Por 16 votos a 15, MP-SP mantém promotor Schoedl no cargo

Rosanne D'Agostino

O Órgão Especial do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) decidiu, por 16 votos a 15, manter a decisão do Conselho Superior da instituição que já havia garantido, em março, o vitaliciamento do promotor Thales Ferri Schoedl, acusado de matar um rapaz e ferir outro na Riviera de São Lourenço, litoral de São Paulo.

Com a decisão, que revoltou os familiares, ele mantém o cargo e o salário de promotor substituto e terá direito a foro privilegiado, não sendo levado a júri popular em Bertioga pelo crime.

O advogado de Schoedl, Ovídio Rocha Barros Sandoval, afirmou que o promotor comemorou a decisão "como se fosse uma parada". "Não se poderia jamais, em um processo administrativo, examinar questões criminais. Seria um absurdo", defendeu. Segundo ele, Thales volta a trabalhar em breve.

O outro defensor, Rodrigo Marzagão, voltou a afirmar que seu cliente agiu em legítima defesa. "Esperamos que o Órgão Especial do Tribunal de Justiça entenda desta maneira."

Indignação
Minutos após o término da sessão, os parentes foram chamados até o 9º andar do MP-SP, onde ocorria o julgamento, para serem informados do resultado. De volta ao térreo, não agüentaram o choro.

"Para o Ministério Público, vale tudo. Pena que não vim com nariz de palhaço", disse a mãe do jovem assassinado, Sônia Modanez, aos prantos junto do marido, Fábio.

"Legítima defesa com 12 tiros?", questionou a mãe de Diego. "Armação de novo? Que nem o último?" completou o pai do jovem. "Quem votou a favor dele vai mostrar para a imprensa porque votou?"

Até o advogado das famílias demonstrou revolta aos jornalistas: "Isso dói em mim, já está selado, é difícil de reverter", afirmou Pedro Lazarini. "O caso emociona porque estamos lutando contra uma Leviatã, um Estado escondido."

O advogado afirma que pretende transformar a denúncia feita à OEA (Organização dos Estados Americanos) em uma representação. "Me sinto impotente. Um caso julgado a portas fechadas é inaceitável", argumentou.

“Cada qual vota com a convicção que tem. Eu não acredito que houve Justiça, eu votei pela expulsão, estou profundamente decepcionado”, afirmou o procurador José Roberto Garcia Duran, que presidiu a sessão. “É uma situação desagradável para o MP. Causa desgaste”, admitiu.

Falhas
No último dia 15, uma falha administrativa fez com que o Órgão Especial adiasse o julgamento. Segundo o procurador José Roberto Garcia Duran, que presidiria a sessão, o julgamento não pôde ser realizado porque não foram entregues aos procuradores peças do processo que contém novas alegações.

No dia 20 de março deste ano, por maioria de votos, ficou decidido que o promotor não perderia a vitaliciedade, ou seja, sua permanência vitalícia no cargo de promotor, concedida a partir do segundo ano de exercício. Quando o crime ocorreu, Schoedl exercia a função de promotor de Justiça substituto, em Iguape (litoral de São Paulo), havia um ano e três meses.

No Conselho Superior, de um total de nove votos, cinco foram pelo não-vitaliciamento. Mas como é preciso a maioria absoluta dos membros do Conselho para efetivar a expulsão, a proposta foi rejeitada nos termos do parágrafo 2º, do artigo 130, da Lei Orgânica do MP-SP.

Schoedl chegou a ser exonerado, em agosto de 2005, mas conseguiu recuperar o cargo no Tribunal de Justiça de São Paulo e, posteriormente, no Órgão Especial do TJ-SP, que anulou decisão do Conselho Superior. Isso porque um dos votantes do conselho estaria impedido. O promotor também voltou a receber os salários e vantagens, mas sem exercer funções. Com a decisão, Schoedl passaria por outro processo administrativo no MP, que acontece agora.

Crime
Schoedl é acusado de matar a tiros Diego Mendes Modanez, 20 anos, e de ter ferido Felipe Siqueira Cunha de Souza, 21 anos, durante uma discussão, no dia 30 de dezembro de 2004, na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, no litoral norte de São Paulo.

Na saída de um luau, as vítimas teriam mexido com a namorada de Schoedl. O promotor afirmou que foi cercado após uma discussão e que teria disparado contra o chão com o objetivo de dispersar os rapazes, que teriam imaginado que as balas eram de festim. Acuado, ele atirou na direção dos jovens. Preso logo depois do crime, o promotor alegou legítima defesa.

Diego Mendes, que era jogador de basquete, morreu. Felipe, hoje com 23 anos, foi internado em estado grave na época, mas passa bem. Ele vive com uma bala alojada no fígado. O promotor teria disparado um total de 12 tiros.

Quarta-feira, 29 de agosto de 2007


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quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Engavetado

O Conselho de Ética da Assembléia Legislativa de São Paulo arquivou por unanimidade o processo destinado a investigar o envolvimento do deputado Mauro Bragato em irregularidades na CDHU, Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano. Bragato é tucano, como a maioria na Assembléia. Surpreende a adesão dos opositores. Parece que estão a se enfronhar nas tucanagens. E eu, pronto a acreditar, até hoje, que só os tucanos são varões de Plutarco...

Informado por: http://blogdomino.blig.ig.com.br/

Eis a diferença entre outrora e agora.

Eis a diferença entre o sudeste e o "restoeste".

Eis o prazer de ser paulista, a nostalgia, lembranças do tempo em que o tapete parecia limpo à opinião pública, a parte de cima dele.

Sorte que há uma outra sujeira, esta por cima do tapete, sendo julgada pelo Supremo neste momento, assim ninguém percebe a nossa.

Sorte que um avião caiu, assim ninguém lembra do buraco do metrô.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Afinando a Arte de Cansar.

O designer e gênio da raça Andy Varsol apresentou ontem em Nova York um protótipo de sua mais recente criação, o "Passeio Tranquilis" (foto), criado especialmente para o movimento "Cansei".

O "Cansei" é um movimento popular surgido em Buenos Aires, capital do Brazil, país da América Equatorial, conhecido pela enorme desigualdade social, pela injusta distribuição da renda e pela ridícula campanha na Copa da Alemanha.

Andy criou o "passeio tranquilis" exatamente para atender a um pedido da liderança do movimento, que não conseguia realizar nenhuma de suas passeatas programadas, pois seus militantes encontravam-se tomados por um imenso cansaço que os impedia de participar das manifestações.

"Nossos problemas acabaram", declarou Resina Lima Duarte, uma das líderes do movimento. "Agora nossa passeata finalmente sai! Já encomendamos 1200 redes e 2400 carregadores. Os meninos com o guarda-sol dispensamos, por uma questão de contenção de despesas, além de ser um luxo dispensável", concluiu Duarte.O movimento nasceu espontaneamente sem que ninguém mandasse da mobilização das camadas pobres e marginalizadas que se amontoam nos barracos dos bairros miseráveis da capital, conhecidos como "Jardim América", "Jardim Europa", "Morumbi", "Vila Olímpia" e "Higienópolis".

A vida difícil e árida dessa imensa população sofredora chega a extremos que vão desde a desesperadora dificuldade para se encontrar uma simples latinha de caviar russo, dessas que se encontram em qualquer esquina de Manhattan, à falta de champanhe "Dom Pérignon" ou mesmo uma prosaica "Perrier Jouët Belle Epoque" em alguns lares.

Andy Varsol afirmou durante a entrevista coletiva que sua criação "mais que uma obra de arte é um ícone factual e funcional da militância geopolítica pós-moderna, especialmente numa sociedade marcada pela culpa, onde tem culpa todo mundo e só não tem culpa eu."

Varsol, um gênio irriquieto e surpreendente.

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Louis Lane, para o "New York Daily Planet"

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

O Bras(z)il aos olhos da Matriz.


Essas frases aí foram gentilmente retiradas do blog
"ConversaAfiada", do Paulo Henrique Amorim.

São frases pinçadas de um órgão(êpa!) de mídia (êpa! êpa!).

Não, evidentemente, da Vejona , nem da Rede Globona, nem do Folhão e muito menos do Estadão.

São da revista americana Vanity Fair.

Estaria a mídia americana recusando-se a aderir ao golpe?

Depois de tudo que fizemos por eles?

Mas que puta sacanagem!!
Olha só o que dizem os comunas da Vanity Fair :


Tudo o que Hollywood queria ser e não é, o Brazil é.

Vida noturna, música, festas, fun – e sem culpa.

Ao nascer, o brazileiro tem direito à boa vida !

Maleável e mais homogêneo e não tão hierárquico: como eles dizem,todo mundo tem um “pé na cozinha”.

O mundo se divide em peito e bunda – Brazil é a capital mundial da bunda.

Todos nós somos um pouco brazileiros: o Brazil tem a maior população do Japão fora das lojas Prada.

Um presidente praticamente analfabeto, que veio de uma abissal pobreza rural governa um país que tem uma economia de um trilhão de dólares; surplus comercial; que aumentou o salário mínimo de US$ 50 para US$ 300; a inflação desabou e o crescimento está acima de 3%.

Todo mundo olha para a China que é vingativa e tem uma indústria que consome os recursos do mundo.

Olha para a Índia do século XXII, que tem uma infra-estrutura do século XIX e filosofia do século III.

E a Rússia, de coração negro e alma de marzipan, uma sociedade cruel e exploradora.

E ninguém parece prestar atenção ao quarto cavaleiro do futuro, o Brazil.

Que é tão grande quanto os Estados Unidos continental, tem 20% da água do mundo e tudo o que você plantar lá dá.

O Brazil tem uma capacidade de crescimento impressionante.

O Brazil é o segundo time de todo mundo.

Todas as associações que você fizer com o Brazil serão bem sucedidas e sexy: samba, Ipanema, bundas, futebol, floresta amazônica, e bio-fuel - o etanol.

O Brazil pode fornecer energia a metade do mundo, com o etanol.

E quando você entra num bar para tomar suco de frutas, as dez primeiras frutas você conhece. Das outras 12 que você nunca ouviu falar.

O Brazil é os Estados Unidos de 1850.

Com uma música muito melhor.

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quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Cult Movie é nóis.




Primo,
Fernando Pessoa é o poeta maior da língua portuguesa. Ele e heterônimos. Sua obra, um legado de inestimável valor, irá calar fundo na alma luso/tupiniquim através dos séculos.

Dentre seus inumeráveis versos ouso destacar, talvez o mais famoso, meu favorito. Aquele que diz "Tudo vale a pena/ quando a alma não é pequena/ e a vontade de dar a bunda é maior ainda".

Sou homem sensível e amo a poesia e poetas.
Também acho a Julia Roberts um fodão. Acho não. Tenho certeza que é. Deve ser.
A poetisa que sonha com Londres... Aposto que usa óculos. Aposto que assiste a Mostra Internacional de Cinema, no MIS, nos Jardins de São Paulo.

Aquela tarde fria, garoa paulistana, as pessoas no saguão de espera pra ver o último filme de um tal de Custurica. Café expresso, bolsas de crochê, roupitchas transadinhas "casualmente", casais cochichando, abraçadinhos, alguns e algumas poucas solitárias fingem ler um livro ou revista americana, ou européia, tanto faz, o negócio é exibir a capa e manter o jeitão meio assim blasé.

Meia dúzia de cinéfilos e jornalistas numa rodinha comentando baixinho a "qualidade das obras desse ano, especialmente os iranianos" enquanto alimentam pensamentos lúbricos sobre a rodinha um do outro... E ela, a minha londrininha, só, bebericando um capuccino, poetisando algo em sua mente.

Meu pau endurece de maneira insuportável. Aproximo-me. ("mo-me..." Preciso lembrar esse treco. Pode dar samba). Aproximo-me e falo baixinho junto à sua orelhinha pálida onde balança um brinquinho em formato de meia-lua. Sussurro uma passagem do Ulysses, obra máxima da literatura ocidental: "estou afim de enfiar-lhe a rola, minha santa. Qué que você acha?" Ela estremece emudecida e, presumo na hora, também umidecida .

Envolvo-a pela cintura e chamo-a na chincha. Beijo-a. Ela cede-me a língua. Sorvo-a. Pego sua mão e coloco-a sobre o meu imenso mastruço, intumescido sob minha calça, para que ela sinta o drama. A sala de projeção abriu. Sentamo-nos (mo-nos também é bom. Muito bom. Se juntar com o mo-me pode dar um troço legal, intrigante. Outra ora eu anoto) na última fileira. A luz apaga e eu vou sofrêgo ao seu corte epistemológico.

Ela, tomada por súbita louca poética sofreguidão, se apossa do meu falo, enquanto signo de poder, e nos perdemos na escuridão da sala, do poema, do fog londrino. Sim! Mil vezes sim! É disso que o povo precisa, primo: cinemas de arte, filmes de arte, poemas, espaços culturais, teatros, vernissages, mostras, eventos culturais e artísticos. Sem falar nas suculentas rodinhas de intelectuais e jornalistas.


Um abraço doPrimo.