Primo,
Fernando Pessoa é o poeta maior da língua portuguesa. Ele e heterônimos. Sua obra, um legado de inestimável valor, irá calar fundo na alma luso/tupiniquim através dos séculos.
Dentre seus inumeráveis versos ouso destacar, talvez o mais famoso, meu favorito. Aquele que diz "Tudo vale a pena/ quando a alma não é pequena/ e a vontade de dar a bunda é maior ainda".
Sou homem sensível e amo a poesia e poetas.
Também acho a Julia Roberts um fodão. Acho não. Tenho certeza que é. Deve ser.
A poetisa que sonha com Londres... Aposto que usa óculos. Aposto que assiste a Mostra Internacional de Cinema, no MIS, nos Jardins de São Paulo.
Aquela tarde fria, garoa paulistana, as pessoas no saguão de espera pra ver o último filme de um tal de Custurica. Café expresso, bolsas de crochê, roupitchas transadinhas "casualmente", casais cochichando, abraçadinhos, alguns e algumas poucas solitárias fingem ler um livro ou revista americana, ou européia, tanto faz, o negócio é exibir a capa e manter o jeitão meio assim blasé.
Meia dúzia de cinéfilos e jornalistas numa rodinha comentando baixinho a "qualidade das obras desse ano, especialmente os iranianos" enquanto alimentam pensamentos lúbricos sobre a rodinha um do outro... E ela, a minha londrininha, só, bebericando um capuccino, poetisando algo em sua mente.
Meu pau endurece de maneira insuportável. Aproximo-me. ("mo-me..." Preciso lembrar esse treco. Pode dar samba). Aproximo-me e falo baixinho junto à sua orelhinha pálida onde balança um brinquinho em formato de meia-lua. Sussurro uma passagem do Ulysses, obra máxima da literatura ocidental: "estou afim de enfiar-lhe a rola, minha santa. Qué que você acha?" Ela estremece emudecida e, presumo na hora, também umidecida .
Envolvo-a pela cintura e chamo-a na chincha. Beijo-a. Ela cede-me a língua. Sorvo-a. Pego sua mão e coloco-a sobre o meu imenso mastruço, intumescido sob minha calça, para que ela sinta o drama. A sala de projeção abriu. Sentamo-nos (mo-nos também é bom. Muito bom. Se juntar com o mo-me pode dar um troço legal, intrigante. Outra ora eu anoto) na última fileira. A luz apaga e eu vou sofrêgo ao seu corte epistemológico.
Ela, tomada por súbita louca poética sofreguidão, se apossa do meu falo, enquanto signo de poder, e nos perdemos na escuridão da sala, do poema, do fog londrino. Sim! Mil vezes sim! É disso que o povo precisa, primo: cinemas de arte, filmes de arte, poemas, espaços culturais, teatros, vernissages, mostras, eventos culturais e artísticos. Sem falar nas suculentas rodinhas de intelectuais e jornalistas.
Um abraço doPrimo.
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