sábado, 16 de junho de 2007

No dia mais claro, na noite mais densa

Levando em consideração que ir para o apartamento dela correspondia a me arriscar a encontrar um mestre capoeirista de 90 kg, talvez bêbado e com certeza furioso, arrisquei:

- E se a gente fosse dormir em algum outro lugar?

- Pode ser. Tem um hotel ali perto do antigo Jive. Não é podreira.

Não perguntei como ela conhecia um hotel perto do antigo Jive, lugar que eu apresentei a ela e onde ela passou a ir sempre sozinha depois da gente terminar.

Moral: há momentos em que a prova mais iluminada de sabedoria é manter a si próprio na mais negra ignorância.


Chegando ao Nova Angélica, no trecho Barra Funda da Avenida, quase na esquina com a São João, percebi algo familiar. A pintura, a recepção, a decoração da entrada, o guichê, tudo não deixava dúvida sobre uma coisa: o Nova Angélica e o Paris, o hotel ao lado da Trash, são dos mesmos donos. Surpreso, cheguei a abrir a boca para comentar isso, mas achei melhor deixar pra lá.

Moral: há momentos em que a prova mais iluminada de sabedoria é manter os outros na mais negra ignorância.

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